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Vol. 96. Issue 5.
Pages 642-643 (1 September 2021)
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Vol. 96. Issue 5.
Pages 642-643 (1 September 2021)
Carta ‐ Caso clínico
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Metástase cutânea de mesotelioma maligno
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Tatsuhiko Mori
Corresponding author
mtatsu@fmu.ac.jp

Autor para correspondência.
, Toshiyuki Yamamoto
Departamento de Dermatologia, Fukushima Medical University, Fukushima, Japão
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Prezado Editor,

A metástase cutânea do mesotelioma pleural maligno é rara. Este é um relato de um caso de mesotelioma maligno com metástase cutânea à distância.

Um homem de 78 anos de idade, que trabalhava como soldador e foi exposto ao amianto, visitou a Clínica Médica de nosso hospital com queixa de falta de ar havia seis meses. Ele foi submetido à biópsia aspirativa da parede torácica direita. Apresentava células monomorfas neoplásicas com citoplasma eosinofílico ou vacuolado e núcleos atípicos dispostas em padrão sólido ou em pedra de calçamento (cobblestone). A análise imuno‐histoquímica revelou forte positividade para antígeno de membrana epitelial e vimentina, positividade focal para AE1/3, calretinina, D2‐40 e tumor de Wilms‐1, mas foi negativa para antígeno carcinoembrionário, fator de transcrição tireoidiana‐1 e citoqueratina 5/6. O diagnóstico de mesotelioma pleural maligno foi feito (T3N0M0, estágio 3), e o paciente foi tratado com quimioterapia (pemetrexedo e carboplatina). Porém, cinco meses após o término da quimioterapia, ele notou a presença de um nódulo firme na axila esquerda, quando foi encaminhado ao nosso departamento. O exame físico mostrou um nódulo dérmico solitário na axila esquerda. O exame histopatológico do tumor totalmente ressecado mostrou células tumorais epitelioides atípicas semelhantes com várias mitoses (fig. 1). A análise imuno‐histoquímica mostrou padrão semelhante ao da biópsia pleural com forte marcação para vimentina (fig. 2), bem como positividade focal para AE1/AE3 e D2‐40; no entanto, a calretinina, um marcador da célula do mesotelioma, não foi detectada. Três meses depois, nódulos cutâneos apareceram na região inferior do abdome (dois nódulos medindo 12mm e 17mm de diâmetro; fig. 3A), no tórax esquerdo (um nódulo medindo 20mm; fig. 3B), e no tórax direito (um nódulo medindo 50×35mm). A quimioterapia foi interrompida e os melhores cuidados de suporte foram escolhidos.

Figura 1.

As características histológicas mostram células neoplásicas monomorfas atípicas, com proliferação de citoplasma eosinofílico ou vacuolado em padrão sólido (Hematoxilina & eosina, 400×).

(0.22MB).
Figura 2.

Forte imunopositividade para vimentina (Vimentina, 400×).

(0.23MB).
Figura 3.

Aparência clínica.

(0.08MB).

O mesotelioma maligno é uma neoplasia rara das membranas serosas, predominantemente da pleura e do peritônio. A incidência de mesotelioma maligno está aumentando, especialmente em pacientes expostos ao amianto. O paciente do presente caso trabalhava há muito tempo em áreas de construção, o que o levou à exposição ao amianto.

A metástase cutânea do mesotelioma maligno é relativamente rara e pode ocorrer de três maneiras diferentes: 1) disseminação regional por via linfática, 2) extensão direta dentro de cicatrizes cirúrgicas, como as dos trajetos de agulhas; e 3) metástase à distância por disseminação hematogênica.1 No presente caso, apareceu um nódulo metastático na axila, não relacionado ao local da biópsia aspirativa. A metástase cutânea a distância é relativamente rara. Ward et al.1 revisaram 20 casos de mesotelioma maligno metastático cutâneo, excluindo casos de extensão direta ou disseminação regional. O tempo médio desde o diagnóstico original do mesotelioma maligno até a metástase cutânea foi de seis meses. O local mais comumente afetado foi a face, seguido pelo couro cabeludo e tórax. As lesões cutâneas metastáticas ocorrem principalmente como nódulos subcutâneos, e lesões múltiplas são frequentemente observadas.1 No presente caso, os nódulos subcutâneos aumentaram em número em apenas três meses. As lesões cutâneas também podem ser disseminadas.2 No presente caso, a metástase cutânea apareceu inicialmente cinco meses após o diagnóstico de mesotelioma pleural maligno; entretanto, a metástase pode ser retardada por até quatro anos.3 Por outro lado, a metástase cutânea pode ocorrer como uma manifestação inicial.2,4

Foi relatado que a porcentagem positiva de expressão da calretinina no mesotelioma pleural maligno foi variada (50%‐100%), dependendo do tipo de anticorpo da calretinina.5 O diagnóstico de mesotelioma maligno é frequentemente desafiador, especialmente em casos de imunomarcação negativa para calretinina. No presente caso, a história laboral do paciente, que incluía histórico de exposição à asbestose, e a diferenciação com adenocarcinoma pulmonar levou ao diagnóstico de mesotelioma maligno.

Suporte financeiro

Nenhum.

Contribuição dos autores

Tatsuhiko Mori: Projetou o estudo; realizou a pesquisa e contribuiu com a análise e interpretação dos dados; escreveu o rascunho inicial do manuscrito; aprovou a versão final do manuscrito.

Toshiyuki Yamamoto: Projetou o estudo; auxiliou na elaboração do manuscrito; aprovou a versão final do manuscrito.

Conflito de interesses

Nenhum.

Referências
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R.E. Ward, S.A. Ali, M. Kuhar.
Epithelioid malignant mesothelioma metastatic to the skin: a case report and review of the literature.
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C.S.L. Müller, J. Reichrath, W. Tilgen.
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N.G. Ordóñez.
The immunohistochemical diagnosis of mesothelioma: a comparative study of epithelioid mesothelioma and lung adenocarcinoma.
Am J Surg Pathol., 27 (2003), pp. 1031-1051

Como citar este artigo: Mori T, Yamamoto T. Skin metastasis of malignant mesothelioma. An Bras Dermatol. 2021;96:642–3.

Trabalho realizado no Departamento de Dermatologia, Fukushima Medical University, Fukushima, Japão.

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