Os Anais Brasileiros de Dermatologia (ABD), publicados pela primeira vez em janeiro de 1925 com a denominação de Annaes Brasileiros de Dermatologia e Syphilographia, já tinham como proposta a publicação bimestral, o que nem sempre foi possível; porém, a publicação ocorre de maneira ininterrupta desde então.
A partir de 1983, sob a direção do Prof. Rubem David Azulay, os ABD consolidaram‐se definitivamente como publicação moderna, bimestral e com ênfase em artigos originais. Desde a sua criação, os ABD têm se mantido com o suporte financeiro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), valendo‐se, ao longo do tempo, do trabalho abnegado, em sucessão, dos Editores Científicos (Editor‐Chefe e Editores Associados), Revisores e Autores nacionais e internacionais. Embora não seja o periódico de Dermatologia mais antigo das Américas e nem mesmo da América do Sul, certamente é dos mais reconhecidos, por seu avanço praticamente constante, consolidado por sua indexação na LILACS desde 1981, SciELO desde 2003 e PubMed/Medline desde 2009.
Os ABD têm, filosoficamente, dado espaço às enfermidades dermatológicas de natureza infecciosa e endêmica, tropicais ou não, milenares ou não, ainda prevalentes, e que afligem parte significante da população brasileira,1–4 incluindo assuntos originais e novas tecnologias.5,6 É dos raros periódicos de acesso aberto e sem custos para os autores, sejam brasileiros ou estrangeiros. No entanto, há desafios a superar, tanto no presente quanto no futuro, que deverão ser abordados nos próximos fascículos, para que sejam discutidos e coletivamente definidos, ainda que polêmicos. Por exemplo, manter a revista impressa e online? Ficar apenas com a versão online? Exclusivamente em língua inglesa? Em fascículos ou em fluxo contínuo? Avançar na discussão de financiamento das taxas de publicação com custos compartilhados? Essas são as questões mais prementes. E por que devem ser discutidas? Sugerimos que consultem os artigos de Marques et al.7 e Miot et al.,8 que enfatizam a importância das métricas que avaliam e ranqueiam os periódicos científicos e que reforçam a importância da discussão dos itens acima sugeridos.
No presente, compete‐nos como ABD, SBD e seus Associados bem preparar as comemorações dos 100 anos de publicação a que, certamente, os ABD fazem jus. E a certeza de que, além das felicitações que os ABD irão receber, também aguardamos conquistas resultantes de discussões sobre as questões acima elencadas. Convidamos os Associados e os Conselhos Editoriais Nacional e Internacional a compartilharem conosco suas ideias e sugestões para que os ABD, no seu centenário, sejam destacados entre os periódicos científicos contemporâneos do universo dermatológico.
Suporte financeiroNenhum.
Contribuição dos autoresSilvio Alencar Marques: Aprovação da versão final do manuscrito; elaboração e redação do manuscrito.
Ana Maria Roselino: Aprovação da versão final do manuscrito; elaboração e redação do manuscrito.
Hiram Larangeira de Almeida Junior: Aprovação da versão final do manuscrito; elaboração e redação do manuscrito.
Luciana P. Fernandes Abbade: Aprovação da versão final do manuscrito; elaboração e redação do manuscrito.
Conflito de interessesNenhum.
Como citar este artigo: Marques SA, Roselino AMF, Almeida Jr HL, Abbade LPF. Anais Brasileiros de Dermatologia: on the eve of its centennial year. An Bras Dermatol. 2024;99:489–90.
Trabalho realizado no Departamento de Infectologia, Dermatologia, Diagnóstico por Imagem e Radioterapia, Universidade Estadual Paulista, Botucatu, SP, Brasil.