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Vol. 95. Issue 1.
Pages 112-113 (1 January 2020)
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Pages 112-113 (1 January 2020)
Carta ‐ Caso clínico
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Siringocistoadenoma papilífero em localização incomum
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Giovanna de Araujo Horcel
Corresponding author
giohorcel@hotmail.com

Autor para correspondência.
, Juliana Milhomem, Samuel Henrique Mandelbaum, Rodrigo Ieiri
Serviço de Dermatologia, Santa Casa de São José dos Campos, São José dos Campos, SP, Brasil
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Prezado Editor,

O siringocistoadenoma papilífero (SCAP) é rara neoplasia de glândulas sudoríparas presente ao nascimento em 50% dos casos.1 Tem diferenciação predominantemente apócrina, ainda que a origem écrina tenha sido descrita em alguns relatos.2,3

Costuma apresentar‐se como pápula ou placa com superfície crostosa que ocorre quase que exclusivamente na cabeça e região cervical.4

Relatamos a clínica, assim como os achados dermatoscópicos e histopatológicos, de um caso em localização incomum.

Paciente de 6 anos, sexo masculino, apresentava lesão de crescimento progressivo havia cinco anos no flanco esquerdo. Ao exame dermatológico, observava‐se pápula de coloração róseo‐eritematosa, superfície lisa e consistência fibroelástica de 5×3mm (fig. 1). O exame dermatoscópico demonstrou estruturas arredondadas de coloração amarelo‐esbranquiçada separadas por estruturas lineares esbranquiçadas em um fundo eritematoso (fig. 2). O paciente foi encaminhado para a exérese de lesão. Ao exame histopatológico, observaram‐se: invaginações císticas revestidas por células ora escamosas, ora colunares, com projeções papilíferas para a luz; glândulas tubulares com grandes luzes revestidas por células apócrinas (fig. 3).

Figura 1.

Pápula de coloração rósea em flanco esquerdo.

(0.03MB).
Figura 2.

Exame dermatoscópico evidencia estruturas arredondadas de coloração amarelo‐esbranquiçada separadas por estruturas lineares esbranquiçadas em um fundo eritematoso.

(0.04MB).
Figura 3.

Exame histopatológico: cavidade cística revestida por células basais cuboidais e células apócrinas colunares (Hematoxicilina & eosina, 400×).

(0.12MB).

O SCAP é raro tumor de anexo derivado mais frequentemente de células apócrinas3,4. Predomina em crianças e adolescentes e é observado ao nascimento em 50% dos casos,1 o que difere do caso relatado.

Em 75% dos casos, localiza‐se na cabeça ou região cervical. Alguns casos já descreveram em outras topografias (região escrotal, vulva, dorso, abdome e axila). Essas localizações, assim como a do caso descrito, são ainda mais raras. Quando localizado em couro cabeludo, pode estar associado ao nevo sebáceo de Jadassohn.4

Apesar de apresentação clínica variável, placa papulosa é a lesão elementar mais encontrada. Em sua maioria, é assintomática, porém pode apresentar prurido, dor e/ou sangramento; geralmente apresenta crescimento progressivo, assim como no caso descrito.1,4

Até o momento, artigos sobre os achados dermatoscópicos do SCAP são escassos. Há a descrição de um padrão vascular em ferradura, que não foi visualizado em nosso caso.3,5

O SCAP pode infectar, sangrar, ulcerar e, em raros casos, evoluir para carcinoma basocelular (9%) ou até siringocistoadenocarcinoma papilífero. Por essas razões, optamos por fazer a exérese da lesão.5

Suporte financeiro

Nenhum.

Contribuição dos autores

Giovanna de Araujo Horcel: Concepção e planejamento do estudo; elaboração e redação do manuscrito.

Juliana Milhomem: Concepção e planejamento do estudo.

Samuel Henrique Mandelbaum: Revisão crítica da literatura; revisão crítica do manuscrito.

Rodrigo Ieiri: Participação efetiva na orientação da pesquisa.

Conflitos de interesse

Nenhum.

Referências
[1]
E. Karg, I. Korom, E. Varga, G. Ban, S. Turi.
Congenital syringocystadenoma papilliferum.
Pediatr Dermatol., 25 (2008), pp. 132-133
[2]
T.C. Townsend, A.R. Bowen, K.K. Nobuhara.
Syringocystadenoma papilliferum: an unusual cutaneous lesion in a pediatric patient.
J Pediatr., 145 (2004), pp. 131-133
[3]
C.B. Bruno, F.N. Cordeiro, F.E.S. Soares, G.H.S. Takano, L.S.T. Mendes.
Aspectos dermatoscópicos do siringocistoadenoma papilífero associado a nevo sebáceo.
An Bras Dermatol., 86 (2011), pp. 1213-1216
[4]
A.P. Jalkh, A.C. Menezes, A. Gadelha.
Siringocistoadenoma papilífero localizado na coxa.
Surg Cosmet Dermatol., 5 (2013), pp. 273-275
[5]
Y.S. Einecke, E.B. Pinto, S.O. Silveira, M.A. Santos, A.M. Mendes, F.R. Carneiro.
Siringocistoadenoma papílifero congênito.
Revista SPDV., 76 (2018), pp. 79-82

Como citar este artigo: Horcel GA, Milhomem J, Mandelbaum SH, Ieiri R. Papillary syringocystadenoma in an uncommon location. An Bras Dermatol. 2020;95:112–3.

Trabalho realizado no Serviço de Dermatologia, Santa Casa de São José dos Campos, São José dos Campos, SP, Brasil.

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