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Vol. 95. Issue 1.
Pages 130-132 (1 January 2020)
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Vol. 95. Issue 1.
Pages 130-132 (1 January 2020)
Correspondência
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Cuidado com artefatos à microscopia confocal de reflectância ao pesquisar hifas na pele acral – Resposta
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John Verrinder Veasey
Corresponding author
johnveasey@uol.com.br

Autor para correspondência.
Setor de Dermatoses Infecciosas, Clínica de Dermatologia, Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil
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Elisa Cinotti, Jean Luc Perrot, Pietro Rubegni
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Prezado Editor,

Agradecemos o interesse de Cinotti et al. em nossa publicação sobre achados da tinha negra pelo exame de microscopia confocal, bem como a oportunidade oferecida pelos editores desta revista de responder os pontos levantados pelos autores no artigo “Beware of reflectance confocal microscopy artifacts when searching hyphae in acral skin”.

Sabe‐se que o agente etiológico da tinha negra, a Hortaea wernekii, é um fungo geofílico demáceo. Os padrões dermatoscópicos da tinha negra se apresentam em um aspecto fibrilar hipercrômico e ao exame micológico direto (EMD) visualizam‐se hifas septadas demáceas curtas e grossas, que correspondem ao achado dermatoscópico descrito.1,2 Os demais casos atendidos em nosso serviço com isolamento de H. wernekii pela cultura são compatíveis com esses achados (fig. 1).

Figura 1.

Dois casos de tinha negra apresentam aspecto clínico clássico (A1, B1). Dermatoscopia de ambos os casos, com estruturas lineares hipercrômicas curtas na epiderme (A2, B2). Exame micológico direto (KOH 20%), com hifas septadas demáceas curtas (A3 200×, B3 400×).

(0.45MB).

Tais fatos nos levaram a crer que as imagens identificadas pela microscopia confocal de reflectância (MCR) em nosso artigo seriam compatíveis às hifas de H. wernekii que parasitam a epiderme. Vale ressaltar que as morfologias de estruturas curtas e espessas evidenciadas no exame dermatoscópico e no EMD foram compatíveis com as visualizadas pela MCR.3

A imagem apresentada na correspondência, composta de poucas hifas septadas finas e alongadas na superfície da epiderme, poderia corresponder a fungos filamentosos que compõem a microbiota humana, conforme descrito em estudos do microbioma humano.4,5 Tais agentes, ao provocar micoses superficiais, apresentam ao EMD hifas finas e longas (fig. 2), morfologia também já descrita em análises de MCR.6–9 Outro fato importante no artigo de Cinotti et al. foi a falta de isolamento em cultura do fungo evidenciado pelas imagens de MCR, impossibilitando a confirmação de se tratar de hifas de H. wernekii. Acreditamos que esses fatos devam ser levados em consideração ao se encontrarem hifas finas e longas na análise de imagens de tinha negra, visto que nos demais exames feitos para seu diagnóstico não é evidenciada essa morfologia delgada. Infelizmente não é possível avaliar pela MCR se as hifas apresentadas nos casos são hialinas ou demáceas, uma vez que tanto a melanina quanto a parede celular dos fungos apresentam coloração branca pelo exame de MCR.

Figura 2.

A1, B1, C1: Aspecto clínico de micoses superficiais. A2, B2, C2: Exames micológicos diretos (KOH 20%) correspondente aos quadros clínicos apresentados, apresenta em todos os casos hifas septadas hialinas finas e longas (100×, 400×, 200×, respectivamente).

(0.39MB).

Por fim, não se pode negar que a MCR para análise de casos de tinha negra pode trazer armadilhas em seu diagnóstico, quer seja pela presença de estruturas fúngicas filamentosas nos exames que poderiam erroneamente ser consideradas como compatíveis à H. wernekii, quer pela presença de artefatos epidérmicos que poderiam ser considerados estruturas fúngicas. Esperamos que estudos futuros ajudarão a elucidar com maior propriedade as estruturas dessa dermatose.

Suporte financeiro

Nenhum.

Contribuição do autor

John Verrinder Veasey: Aprovação da versão final do manuscrito; elaboração e redação do manuscrito; obtenção, análise e interpretação dos dados; participação intelectual em conduta propedêutica e/ou terapêutica de casos estudados; revisão crítica da literatura; revisão crítica do manuscrito.

Conflitos de interesse

Nenhum.

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Como citar este artigo: Veasey JV. Beware of reflectance confocal microscopy artifacts when searching hyphae in acral skin – Reply. An Bras Dermatol. 2020. https://doi.org/10.1016/j.abdp.2019.04.010

Trabalho realizado na Clínica de Dermatologia, Hospital da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil.

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