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Cartas ‐ Terapia
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Disponível online em 23 de janeiro de 2025
Melhora rápida em paciente com psoríase pustulosa generalizada recorrente pós‐terapia com espesolimabe após falha terapêutica com ixequizumabe
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Wenjie Lia,b, Fan Cuia,b, Lixia Zhanga,b, Ge Yangb, Zhen Rangb, Minyan Xuc, Yangying Liub,&#¿;
Autor para correspondência
liuyangying3503@sina.com

Autores para correspondência.
, Siyu Wangb,&#¿;
Autor para correspondência
graceyuyu@126.com

Autores para correspondência.
a Escola de Medicina, University of Electronic Science and Technology of China, Chengdu, China
b Instituto de Dermatologia, Sichuan Academy of Medical Sciences and Sichuan Provincial People's Hospital, Chengdu, China
c Departamento de Patologia, Sichuan Academy of Medical Sciences and Sichuan Provincial People's Hospital, Chengdu, China
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Recebido 30 Julho 2024. Aceite 10 Setembro 2024
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Tabela 1. Casos semelhantes tratados com sucesso com espesolimabe
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Prezado Editor,

Psoríase pustulosa generalizada (PPG) é subtipo raro e grave de psoríase caracterizado por episódios recorrentes de eritema generalizado com numerosas pústulas estéreis, frequentemente com grau variável de manifestações inflamatórias sistêmicas.

Uma paciente feminina, de 52 anos, apresentou eritema recorrente e pústulas acompanhadas de dor por dois anos, exacerbadas após a interrupção de medicamentos orais nos últimos dois dias. Referia fadiga acentuada, quando foi internada no Departamento para tratamento hospitalar. Antes da internação, a paciente estava em uso de acitretina oral de longo prazo (10–20mg, 1×/dia), e comprimidos de acetato de prednisona (10mg, 3×/dia) para controle de sua condição; havia recebido injeções de ixequizumabe (anti‐IL‐17A; 80mg a cada duas semanas) por um total de 12 semanas. As lesões cutâneas não melhoraram completamente, e as pústulas continuaram a recorrer. Ao exame físico, a paciente apresentava temperatura normal, edema dos membros e eritema difuso em quase toda a superfície corporal, contendo pústulas minúsculas densamente distribuídas. A temperatura local da pele estava elevada com sensibilidade evidente. A paciente apresentava Generalized Pustular Psoriasis Physician Global Assessment (GPPGA) de 11 e Generalized Pustular Psoriasis Area and Severity Index (GPPASI) de 38,3. Leucócitos (13,52×109/L), neutrófilos (11,33×109/L), porcentagem de neutrófilos (83,8%) e PCR (45,75mg/L) estavam elevados na internação, acompanhados por diminuição da albumina (35,5g/L). Subsequentemente, uma biopsia de pele foi realizada e, considerando os achados clínicos e histopatológicos (fig. 1A e B), a paciente foi diagnosticada com PPG. Com seu consentimento, foi concluída a triagem pré‐biológica e administrada dose única de 900mg de espesolimabe por via intravenosa durante 90 minutos; a paciente não sentiu desconforto durante ou após a aplicação da injeção. Depois de 24 horas do tratamento com espesolimabe, observou‐se eliminação quase completa das pústulas; o eritema tornou‐se mais escuro e a pele começou a descamar (GPPGA: 5; GPPASI: 11,7; fig. 2A e B). Cinco dias depois, o eritema generalizado da paciente clareou e a descamação era mínima; nenhuma nova lesão cutânea foi observada. O exame de sangue, a PCR e a albumina retornaram aos níveis normais sem quaisquer sinais de nova infecção (GPPGA: 2; GPPASI: 5; fig. 3A). A paciente apresentou alívio rápido dos sintomas de PPG após o tratamento com espesolimabe e recebeu alta após cinco dias de tratamento. Ela continuou a utilizar o creme de corticosteroide tópico nos locais das lesões após a alta e permaneceu livre de eritema e pústulas significantes no seguimento de três meses (fig. 3B).

Figura 1.

(A) Histopatologia de lesão nas dobras cutâneas sob a mama: Epiderme hiperceratótica com pequeno grau de paraceratose, agregados neutrofílicos focais formando microabscessos no estrato córneo, camada granulosa delgada, acantose e pequeno grau de espongiose. Na derme observa‐se infiltrado inflamatório perivascular, incluindo linfócitos, histiócitos e neutrófilos (coloração pela Hematoxilina & eosina, 200×). (B) Pústulas localizadas na hospitalização.

(0.63MB).
Figura 2.

(A) Lesões cutâneas na coxa esquerda um dia antes do tratamento com espesolimabe. (B) Alterações nas lesões cutâneas na coxa esquerda um dia após o tratamento com espesolimabe.

(0.64MB).
Figura 3.

(A) Alterações nas lesões cutâneas na coxa esquerda cinco dias após o tratamento com espesolimabe. (B) Alterações nas lesões cutâneas na coxa esquerda três meses após o tratamento com espesolimabe.

(0.44MB).

Em virtude da raridade e complexidade da PPG, atualmente não há um regime de tratamento globalmente consensual que possa controlar completamente as exacerbações da doença. Pesquisas revelaram estreita ligação imunopatológica entre PPG e psoríase em placas, e alguns produtos biológicos utilizados para tratar psoríase em placas, como anticorpos anti‐TNF‐α, anticorpos anti‐IL‐17A e anticorpos anti‐IL‐12/23 p40, também mostraram eficácia no tratamento de PPG e foram incluídos nas diretrizes de tratamento recomendadas para PPG no Japão.1 Entretanto, estudos sobre sua eficácia envolvem principalmente pequeno número de casos clínicos, com pesquisa clínica sistemática ou ensaios clínicos randomizados limitados, resultando em menor nível de evidência. Embora pacientes com PPG frequentemente apresentem manifestações clínicas semelhantes à psoríase em placas, evidências crescentes sugerem que a PPG, deve ser considerada uma condição clínica em separado, caracterizada como doença neutrofílica pustulosa autoinflamatória. Diferente da psoríase em placas, o cerne do desenvolvimento da PPG está nas vias IL‐1 e IL‐36.2 O presente caso parece confirmar essa distinção. O espesolimabe, um inibidor do receptor de IL‐36, demonstrou eficácia e segurança no controle rápido de episódios agudos de PPG em ensaios clínicos de fase II,3 tornando‐o uma opção terapêutica promissora para o tratamento da doença. Além disso, como algumas evidências sugerem que outros produtos biológicos normalmente usados para psoríase em placas também podem ser eficazes para PPG, em vários casos da doença foi tentado tratamento com produtos biológicos como ustequinumabe, adalimumabe, infliximabe e risanquizumabe (tabela 1),4–6 mas a potencial eficácia desses produtos biológicos no tratamento de PPG não foi bem demonstrada nesses pacientes. Em contraste, esses casos obtiveram alívio rápido e significante das lesões cutâneas após o tratamento com espesolimabe. Embora as citocinas IL‐36 possam induzir a expressão e interação de várias citocinas downstream como IL‐17A, IL‐23 e TNF‐α, que também podem atuar na patogênese da PPG, o papel da IL‐36 como alvo do tratamento clínico da PPG pode ser mais crucial e significante. Em resumo, o espesolimabe representa opção mais precisa e potente quando outros produtos biológicos mostram resultados subótimos no tratamento da PPG, e pesquisas futuras devem buscar validação em larga escala para demonstrar sua segurança e durabilidade.

Tabela 1.

Casos semelhantes tratados com sucesso com espesolimabe

Autores/ano  Características do paciente e histórico de PPG  Histórico de psoríase em placas  Agente biológico utilizado inicialmente  Desfecho preliminar  Dosagem de espesolimabe utilizada  Desfecho final 
Jiang et al.4 2023  34 anos, feminina, 2 anos  20 anos  Ustequinumabe (anti‐IL‐12/23) 45mg, 1×; adalimumabe (anti‐TNF‐α) 80mg, 2×  A condição tendeu a se estabilizar em uma semana, mas novas pústulas apareceram subsequentemente  Dose única de 900 mg  Resolução completa das lesões cutâneas em uma semana, sem recorrência ou reações adversas durante o seguimento de cinco meses após o tratamento 
Ran et al.5 2023  26 anos, feminina, 14 anos  Negativo  Adalimumabe (anti‐TNF‐α)  Ineficaz  Dose única de 900mg  Resolução completa das lesões cutâneas 16 semanas após o tratamento 
Müller et al.6 2023  63 anos, masculino, cerca de 4 anos  Negativo  Infliximabe (anti‐TNF‐α) 5 mg/kg; risanquizumabe (anti‐IL‐23)  Recorrências regulares  Duas doses de 900mg  Desaparecimento completo das pústulas, redução significante do eritema, sem recorrência 
Presente caso  52 anos, feminina, 2 anos  Negativo  Ixequizumabe (anti‐IL‐17A) inicialmente 160mg, seguido de 80mg a cada duas semanas com duração total de 12 semanas  Ineficaz  Dose única de 900mg  Desaparecimento completo das pústulas em 24 horas, redução significante do eritema, sem recorrência após três meses 
Suporte financeiro

Nenhum.

Contribuição dos autores

Wenjie Li: Elaboração e redação do manuscrito e revisão crítica de conteúdo intelectual importante.

Fan Cui: Revisão crítica da literatura.

Lixia Zhang: Participação intelectual em conduta propedêutica e/ou terapêutica de casos estudados.

Ge Yang: Participação efetiva na orientação da pesquisa.

Zhen Rang: Participação efetiva na orientação da pesquisa.

Minyan Xu: Participação efetiva na orientação da pesquisa.

Yangying Liu: Aprovação da versão final do manuscrito.

Siyu Wang: Aprovação da versão final do manuscrito.

Referências
[1]
H. Fujita, T. Terui, K. Hayama, M. Akiyama, S. Ikeda, T. Mabuchi, et al.
Japanese guidelines for the management and treatment of generalized pustular psoriasis: the new pathogenesis and treatment of GPP.
J Dermatol., 45 (2018), pp. 1235-1270
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IL‐1 and IL‐36 are dominant cytokines in generalized pustular psoriasis.
J Allergy Clin Immunol., 140 (2017), pp. 109-120
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M. Jiang, Y. Li, X. Guan, L. Li, W. Xu.
Rapid response of spesolimab in biologics‐failure patient with generalized pustular psoriasis flare.
Adv Dermatol Allergol., 40 (2023), pp. 584-586
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Rapid and sustained response to spesolimab in five Chinese patients with generalized pustular psoriasis.
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Remission of recalcitrant generalized pustular psoriasis under interleukin‐36 receptor inhibitor spesolimab.
Dermatologie (Heidelb)., 74 (2023), pp. 356-359

Como citar este artigo: Li W, Cui F, Zhang L, Yang G, Rang Z, Xu M, et al. Rapid improvement in a recurrent generalized pustular psoriasis patient ineffective to Ixekizumab following Spesolimab therapy. An Bras Dermatol. 2025;100. https://doi.org/10.1016/j.abd.2024.09.003

Trabalho realizado no Instituto de Dermatologia, Sichuan Academy of Medical Sciences and Sichuan Provincial People's Hospital, Chengdu, Sichuan, China.

Copyright © 2024. Sociedade Brasileira de Dermatologia
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Anais Brasileiros de Dermatologia (Portuguese)
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