Compartilhar
Informação da revista
Vol. 94. Núm. 6.
Páginas 751-753 (1 novembro 2019)
Compartilhar
Compartilhar
Baixar PDF
Mais opções do artigo
Visitas
7950
Vol. 94. Núm. 6.
Páginas 751-753 (1 novembro 2019)
Imagens em Dermatologia
Open Access
Hemangioma capilar lobular em paciente com espondilite anquilosante sob uso de adalimumabe: manifestação exuberante
Visitas
7950
Thadeu Santos Silvaa,b,
Autor para correspondência
thadeumed@gmail.com

Autor para correspondência.
, Carlos Leonardo Martins Guimarãesc, Isabela Pimenta Xavierd, Vitória Regina Pedreira de Almeida Regod,e
a Disciplina de Dermatologia, Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública, Salvador, BA, Brasil
b Ambulatório Docente‐Assistencial, Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública, Salvador, BA, Brasil
c Serviço de Patologia, Hospital Universitário Professor Edgard Santos, Universidade Federal da Bahia, Salvador, BA, Brasil
d Ambulatório de Dermatologia, Hospital Universitário Professor Edgard Santos, Universidade Federal da Bahia, Salvador, BA, Brasil
e Serviço de Dermatologia, Hospital Universitário Professor Edgar Santos, Universidade Federal da Bahia, Salvador, BA, Brasil
Este item recebeu

Under a Creative Commons license
Informação do artigo
Resume
Texto Completo
Bibliografia
Baixar PDF
Estatísticas
Figuras (4)
Mostrar maisMostrar menos
Resumo

Hemangioma capilar lobular ou granuloma piogênico é uma proliferação vascular benigna da pele ou mucosa. A maioria dos pacientes apresenta lesão única. Clinicamente, manifesta‐se como tumoração eritematosa, friável e de crescimento rápido. Relata‐se um caso com apresentação exuberante em paciente com espondilite anquilosante, em uso de adalimumabe. Fatores desencadeantes do granuloma piogênico não são bem conhecidos. Podem involuir espontaneamente, porém a maioria requer tratamento.

Palavras‐chave:
Espondilite anquilosante
Granuloma piogênico
Hemangioma capilar
Neoplasias vasculares
Texto Completo
Introdução

Hemangioma capilar lobular, também chamado de granuloma piogênico, é um tumor vascular benigno comum da pele e das membranas mucosas. Clinicamente, costuma manifestar‐se como lesão única e de crescimento exofítico, pode ser pedunculado ou séssil, com superfície lobulada ou lisa.1 Pode ocorrer em qualquer idade, embora seja mais comum em crianças e adultos jovens. Os locais acometidos com maior frequência são a gengiva, os lábios, a mucosa nasal, a face e os dedos.1–3

Relato de caso

Relatamos um paciente do sexo masculino, 45 anos, portador de espondilite anquilosante, em uso de adalimumabe havia cinco anos. Há quatro meses, notou pápula eritematosa em antebraço direito, que evoluiu com tumoração vegetante, de crescimento rápido, friável, de coloração vermelha, com cerca de 4,5cm de diâmetro (figs. 1 e 2). Queixava‐se de dor e episódios de sangramento espontâneo. Foi feita a exérese da lesão. Exame histopatológico mostrou nódulo ulcerado. Na derme superficial, havia proliferação de pequenos vasos e intenso infiltrado inflamatório de neutrófilos com deposição de fibrila, além de células gigantes de corpo estranho que fagocitavam material exógeno refringente. Na derme profunda, proliferação de vasos capilares dilatados em meio a infiltrado inflamatório plasmocitário e histiocitário, compatível com hemangioma capilar lobular (figs. 3 e 4). O paciente mantém o uso de adalimumabe sem surgimento de novas lesões.

Figura 1.

Nódulo eritematoso exofítico, 4,5 cm no maior diâmetro, no antebraço esquerdo.

(0.13MB).
Figura 2.

Tumoração pedunculada.

(0.06MB).
Figura 3.

Aspecto geral da histopatologia: proliferação de pequenos vasos (Hematoxilina & eosina, 40×).

(0.11MB).
Figura 4.

Histologia: intenso infiltrado inflamatório de neutrófilos com deposição de fibrila (Hematoxilina & eosina, 100×).

(0.18MB).
Discussão

Os fatores desencadeantes do hemangioma capilar lobular não são bem conhecidos e, na maioria das vezes, são considerados uma resposta vascular reativa hiperproliferativa a diversos estímulos, embora também possam surgir em uma pele saudável.1,4 Fatores considerados predisponentes são trauma, infecção, doenças inflamatórias da pele, malformação vascular, oncogenes virais, gravidez, níveis aumentados de hormônios sexuais femininos e neoplasias. O uso de medicações como contraceptivos orais, retinoides, inibidores do fator de crescimento epidérmico, indinavir (inibidor da protease) é associado ao surgimento de hemangioma capilar lobular.3–6 O uso de antagonistas do fator de necrose tumoral (anti‐TNFs) tornou‐se prática comum no tratamento de diversas doenças inflamatórias.7 Há relato de caso na literatura que sugere a associação de granuloma piogênico com uso de etanercepte. O desenvolvimento do hemangioma capilar lobular pode refletir os efeitos de fatores angiogênicos, como o fator de crescimento endotelial vascular (VEGF), que são superexpressos nessa lesão. O TNF‐α é capaz de induzir expressão de queratinócitos, que, por sua vez, regulam positivamente a produção de VEGF. Relatamos um caso de hemangioma capilar lobular provável devido a um medicamento anti‐TNF‐α.8

Conclusão

A maioria dos casos requer alguma intervenção terapêutica. A recorrência local após a excisão incompleta ou crioterapia é frequente. Laser ablativo, shaving associado à eletrocoagulação ou exérese são condutas que mostram bons resultados.

Suporte financeiro

Nenhum.

Contribuição dos autores

Thadeu Santos Silva: Análise estatística; obtenção, análise e interpretação dos dados; participação efetiva na orientação da pesquisa; revisão crítica do manuscrito.

Carlos Leonardo Martins Guimarães: Aprovação da versão final do manuscrito; participação efetiva na orientação da pesquisa; participação intelectual em conduta propedêutica e/ou terapêutica de casos estudados; revisão crítica da literatura.

Isabela Pimenta Xavier: Análise estatística; aprovação da versão final do manuscrito; concepção e planejamento do estudo; elaboração e redação do manuscrito; revisão crítica do manuscrito.

Vitória Regina Pedreira de Almeida Rego: Análise estatística; aprovação da versão final do manuscrito; elaboração e redação do manuscrito; obtenção, análise e interpretação dos dados; revisão crítica da literatura; revisão crítica do manuscrito.

Conflitos de interesse

Nenhum.

Agradecimentos

Ao serviço de Patologia do Hospital Universitário Professor Edgard Santos.

Referências
[1]
A.V. Giblin, A.J. Clover, A. Athanassopoulos, P.G. Budny.
Pyogenic granuloma ? the quest for optimum treatment: audit of treatment of 408 cases.
J Plast Reconstr Aesthet Surg., 60 (2007), pp. 1030-1035
[2]
B.J. Simmons, L. Chen, S. Hu.
Pyogenic granuloma association with isotretinoin treatment for acne.
Australas J Dermatol., 57 (2016), pp. e144-e145
[3]
A. Massa, A. Antunes, P. Varela.
Pyogenic Granuloma in a Patient on Gefitinib.
Acta Med Port., 29 (2016), pp. 416
[4]
C. Fujiwara, S.I. Motegi, A. Sekiguchi, H. Amano, O. Ishikawa.
Pyogenic granuloma possibly associated with capecitabine therapy.
J Dermatol., 44 (2017), pp. 1329-1331
[5]
A. Inoue, Y. Sawada, D. Nishio, M. Nakamura.
Pyogenic granuloma caused by afatinib: Case report and review of the literature.
Australas J Dermatol., 58 (2017), pp. 61-62
[6]
A.P.G.S. Crivellaro, T. Arrais.
Pyogenic granuloma in HIV+patients during indinavir therapy.
An Bras Dermatol., 76 (2001), pp. 275-282
[7]
J.B. Vasconcellos, D.N. Pereira, T.J.S. Vargas, R.A. Levy, G.R.C. Pinheiro, I.B. Cursi.
Paradoxical psoriasis after the use of anti‐TNF in a patient with rheumatoid arthritis.
An Bras Dermatol., 91 (2016), pp. 137-139
[8]
C. Patruno, N. Balato, T. Cirillo, M. Napolitano, F. Ayala.
Periungual and subungual pyogenic granuloma following anti-TNF-α therapy: is it the first case?.
Dermatol Ther., 26 (2013), pp. 493-495

Como citar este artigo: Silva TS, Guimarães CLM, Xavier IP, Rego VRPA. Lobular capillary hemangioma in a patient with ankylosing spondylitis under using adalimumab: an exuberant presentation. An Bras Dermatol. 2019;94:751–3.

Trabalho realizado no Serviço de Dermatologia, Hospital Universitário Professor Edgard Santos, Universidade Federal da Bahia, Salvador, BA, Brasil.

Copyright © 2019. Sociedade Brasileira de Dermatologia
Baixar PDF
Idiomas
Anais Brasileiros de Dermatologia (Portuguese)
Opções de artigo
Ferramentas
en pt
Cookies policy Política de cookies
To improve our services and products, we use "cookies" (own or third parties authorized) to show advertising related to client preferences through the analyses of navigation customer behavior. Continuing navigation will be considered as acceptance of this use. You can change the settings or obtain more information by clicking here. Utilizamos cookies próprios e de terceiros para melhorar nossos serviços e mostrar publicidade relacionada às suas preferências, analisando seus hábitos de navegação. Se continuar a navegar, consideramos que aceita o seu uso. Você pode alterar a configuração ou obter mais informações aqui.