Este fascículo 99(1) dos Anais Brasileiros de Dermatologia (ABD) traz artigo especial elaborado por Miot et al.1 voltado à apresentação e discussão das métricas, que informam à comunidade científica sobre o ranking dos ABD em comparação aos periódicos científicos em Medicina e Dermatologia. Mesmo levando‐se em conta os vieses possíveis, as distintas inserções acadêmicas das especialidades, os editores de cada periódico científico deverão refletir sobre caminhos e propostas futuras, visando alcançar melhor ranking entre seus congêneres. E por que isso é importante? Em primeiro lugar, para atrair artigos com maior rigor científico, inéditos, mais bem documentados e ilustrados e com potencial de visualização internacional e citação. Os autores terão a recompensa de que suas produções científicas sejam reconhecidas e citadas, graças ao status científico do periódico em que publicam; para ser bem avaliados pelas agências de fomento e pelos órgãos reguladores dos Programas de Pós‐graduação strito sensu. E, ainda, no caso dos ABD, pela expressão de boas métricas e boa posição no ranking, os autores e editores contribuem para a manutenção de um círculo virtuoso de suporte e investimento em melhorias e crescimento científico.
As métricas relativas a 2022, divulgadas entre junho e julho de 2023, dizem respeito aos índices de citações recebidas pelo periódico durante o ano de 2022 a artigos publicados no mesmo periódico nos anos anteriores.1 Três são as métricas mais utilizadas: na Scimago Journal Rank (SJR), que utiliza ampla base de dados, os ABD subiram ligeiramente (de 0,428 para 0,449), e ascenderam ao Quartil 2 (Q2) dos periódicos em Dermatologia. No CiteScore, que utiliza base de dados de 26.500 periódicos, passamos de 2,3 para 2,4 e, 60ª posição entre 133 periódicos, e igualmente Q2. A métrica mais reconhecida e valorizada, o Fator de Impacto (FI) da Web of Sciences, contabiliza citações a artigos publicados nos dois anos imediatamente anteriores, utiliza dados de 21.500 periódicos e, com foco, em nosso caso, em 70 periódicos relacionados à Dermatologia. Referente a 2022, a posição dos ABD correspondeu ao 50° lugar, Q3, consequente à redução do seu FI para 1,7 (frente a 2,13 no ano de 2021). Miot et al. demonstram que a redução percentual do FI ocorreu de modo semelhante para o conjunto dos periódicos científicos brasileiros avaliados e o mesmo para o conjunto dos periódicos internacionais de Dermatologia.
O conhecimento das métricas atuais nos leva a investir em ações para que os ABD alcancem ranking mais competitivo. Os caminhos para isso exigem que os ABD, representante maior da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), às vésperas de completar 100 anos de publicação ininterrupta, seja mais bem cuidado e valorizado por seus pares nacionais. Almeja‐se maior visibilidade, redução do tempo entre submissão e publicação, melhor qualidade da documentação e da revisão. Os artigos, que trataram de endemias nacionais e internacionais, como observado em relação aos casos de Mpox, efeitos dermatológicos induzidos pela COVID‐19 e os relacionados a vacinas anti‐SARS‐CoV‐2, tiveram a publicação agilizada em virtude da premência imposta e em coerência com o exposto acima.2–5
Esses são compromissos perenes da Editoria dos ABD e da Diretoria da SBD, e convidamos os autores e leitores que a nós se associem nessa tarefa.
Suporte financeiroNenhum.
Contribuição dos autoresSilvio Alencar Marques: Aprovação da versão final do manuscrito; elaboração e redação do manuscrito.
Ana Maria Roselino: Aprovação da versão final do manuscrito; elaboração e redação do manuscrito.
Hiram Larangeira de Almeida Junior: Aprovação da versão final do manuscrito; elaboração e redação do manuscrito.
Luciana P. Fernandes Abbade: Aprovação da versão final do manuscrito; elaboração e redação do manuscrito.
Conflito de interessesNenhum.
Como citar este artigo: Marques SA, Roselino AM, Almeida Jr HL, Abbade LP. Anais Brasileiros de Dermatologia: metrics related to 2022 and position in the ranking of Dermatology journals. An Bras Dermatol. 2024;99:1–2.
Trabalho realizado no Departamento de Infectologia, Dermatologia, Diagnóstico por Imagem e Radioterapia, Universidade Estadual Paulista, Botucatu, SP, Brasil.